O desafio da criança surda na sociedade


Como integrar deficientes auditivos



Dia Nacional do surdo é celebrado em 26 de setembro.  Dia de celebrar a luta e perseverança dos mais de dez milhões de deficientes auditivos que apesar das suas limitações conseguem ficar em pé de igualdade com os demais. A sociedade tem um desafio, o de integrar os deficientes auditivos junto aos sem deficiência.

Cerca de 10% dos surdos são jovens de até 19 anos e esses são os que carecem mais cuidados para integração, já que possuem surdez desde o início da vida. Tudo se inicia com a família. Segundo a dra. Rita Guimarães otorrinolaringologista e otoneurologista e que cuida diariamente com crianças surdas alerta para que ao primeiro sinal ou suspeita que a criança não está ouvindo procure um médico otorrinolaringologista. 

O diagnóstico precoce da surdez começa já nos exames do pré natal pois viroses como rubéola durante a gestação causam surdez congênita. Hoje em dia com o teste da orelhinha obrigatório antes da alta da maternidade temos identificado bebês recém-nascidos com problemas auditivos.

Todas as pessoas que convivem com as crianças podem perceber dificuldades e atrasos no desenvolvimento da fala o que leva à suspeita de surdez. 

O primeiro passo da surdez é a aceitação, por isso tão importante que os pais estejam atentos aos filhos surdos. 

Os exames de audição não deixam dúvidas sobre a existência e o grau da surdez. Isto é muito importante para decidir sobre o tratamento. 

A reabilitação tem o objetivo de  estimular a audição e integrar essa criança no mundo dos ouvintes. Inicia com aparelhos auditivos complementada com o implante coclear conhecido como ouvido biônico. Este processo deve ser iniciado o mais precocemente possível.

A terapia fonoaudiológica promoverá a aquisição e o desenvolvimento da fala e da comunicação oral.

Existe um espaço de tempo no qual o bebê surdo, sendo estimulado com sons, pode desenvolver sua linguagem oral. 

Caso não haja intervenção auditiva nessa fase a criança terá muito mais dificuldades ou até não seja mais candidata ao tratamento com implante coclear. Nesses casos opta-se pela Linguagem Brasileira de Sinais -LIBRAS. 

É importante que a família procure ensinar Libras ao filho surdo. Ao se comunicar em Libras dentro de casa, eles se mostram responsáveis e preocupados com os comportamentos do seu filho e ajudam na sua adaptação”, atenta a doutora. 

Além da família, outra instituição que ajuda na integração dos deficientes auditivos é a escola. O seu papel é muito importante pois ainda se observa a sociedade discriminadora, onde a criança pode ser discriminada pelos colegas, pela própria escola ou família, que não consegue aceitar a deficiência. Lembrando que o importante não é apenas alocar a criança surda, oralizada ou não, implantada ou não,  numa turma de várias pessoas. É preciso que professores e escola se adequem às individualidades de cada criança.

A dra. Rita Guimarães que  é especialista e trabalha no Hospital de Clínicas da UFPR entende a dificuldade das escolas para desempenhar esse papel de integrar os surdos, mas explica: “ o Sistema SUS disponibiliza o implante coclear para os casos com indicação o que permite a essa criança a oportunidade de ouvir e fazer parte do mundo dos ouvintes assim como temos um número crescente de pessoas que falam Libras. 

O diagnóstico e a intervenção precoce do recém-nascido com surdez mudará o futuro desta criança. completa a especialista.


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