Exames audiológicos ajudam a identificar possíveis causas do zumbido

“O zumbido surgiu de repente. Foi no dia 16 de fevereiro, era por volta das quatro da tarde. Ouvi um barulho de uma trovoada, depois uma ventania, então minha audição diminui uns 80% e comecei a perceber o zumbido. Não sei o que fazer e por isso vim aqui para aprender sobre ele”, conta Renato Rodrigues, 60, que participou pela segunda vez do Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GAPZ).
No GAPZ de hoje a fonoaudióloga Izabella Pedriali de Macedo, mestre em Distúrbios da Comunicação, apresentou os principais exames audiológicos para o diagnóstico do zumbido. A palestra começou com explicações acerca do sintoma que incomoda mais de 28 milhões de pessoas. “O zumbido pode ter causas auditivas e para-auditivas e ele é a consequência de alguma alteração que ocorreu no organismo”, explica.
Segundo a especialista, oito ou nove de cada 10 pacientes com zumbido possuem algum grau de deficiência auditiva, por isso os exames audiológicos são tão importantes e solicitados com grande frequencia. “O primeiro contato do paciente deve ser com o médico otorrinolaringologista, que irá fazer um questionário, chamado de Anamnese, e pedir os exames necessários para que a causa ou as causas do zumbido sejam identificadas. Com base nos resultados dos exames e depois de identificada a causa do Zumbido é que se dá inicio o tratamento, que é individualizado para cada paciente, esclacere.
Entre os exames solicitados estão os exames audiológicos como a audiometria tonal limiar, que avalia se há perda auditiva, e se houver, qual o  grau e o tipo da mesma. A logoaudiometria, que verifica a capacidade do paciente de compreender o que está sendo falado. A imitanciometria avalia, entre outros aspectos, as condições da orelha média e a mobilidade do tímpano. Outro exame bem utilizado e bastante solicitado pelo médico em pacientes com zumbido é o limiar de desconforto auditivo, exame que avalia a sensibilidade do ouvido a diferentes intensidades de som.
Izabella observa que o exame de acufenometria deixou de ser solicitado pelos médicos, pois não fornece dados importantes para o tratamento, mas atualmente está voltando a ser utilizado pelos fonoaudiólogos devido aos avanços na tecnologia de equipamentos geradores de som utilizados no tratamento do zumbido. “Neste exame é utilizado um fone e são disparados estímulos com várias frequências e intensidades. O objetivo é identificar a intensidade e a frequencia do zumbido e saber com qual som ele se assemelha. É uma maneira de confortar o paciente e mostrar que entendemos a sua queixa”, ressalta.
A fonoaudióloga lembra que muitos mitos cercam o zumbido e devem ser esclarecidos. O zumbido não causa surdez, a surdez sim pode causar o zumbido. O zumbido não aumenta de volume, ele tem sempre o mesmo volume, o que muda é o grau de incômodo do paciente devido a vários fatores. Questões emocionais e psicológicas, por exemplo, podem contribuir para que o cérebro preste mais atenção no zumbido, dando a impressão de que ele está mais alto, e este será o tema abordado na próxima reunião do GAPZ, que acontece toda primeira sexta feira de cada mês no Hospital de Clínicas, finaliza.

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