Questões odontológicas podem estar ligadas ao zumbido

Excesso de força na musculatura facial pode desencadear o sintoma e intensificá-lo.


No próximo dia 05 de outubro, o ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, profissional voluntário do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba), irá ministrar a palestra "A Atuação do ortodontista em pacientes com zumbido". O evento, realizado sempre na primeira sexta-feira do mês, de março a dezembro, acontecerá no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, a partir das 14 horas. O objetivo do encontro é mostrar como a ortodontia pode ajudar no tratamento do zumbido quando o sintoma está relacionado a questões odontológicas.

De acordo com Köhler, o zumbido é um sintoma e não uma doença. Ele pode ser desencadeado por mais de 200 fatores diferentes, entre eles, variadas questões odontológicas. Bruxismo, má oclusão dentária, excesso de força na musculatura facial e apertamentos podem ser responsáveis pelo surgimento do ruído, produzido internamente pelo organismo e ouvido na cabeça ou nos ouvidos. "Os aspectos odontológicos podem causar o zumbido, influenciar a sua intensidade ou agravar o quadro quando o sintoma já existe por outros motivos", destaca o especialista.

Os músculos do rosto são extremamente potentes e atuam sobre os dentes, as articulações temporomandibulares e os ossos faciais. A musculatura facial é capaz de gerar 50 quilogramas/força durante o ato de engolir a saliva e a mastigação de 100 a 150. "O apertamento de dentes, ou bruxismo, pode chegar a 500 quilogramas/força. Esta potência é destrutiva para as estruturas faciais, pois os ossos não foram projetados para suportar tamanha força. Quanto mais forte for a concentração, maior será o grau e a intensidade do bruxismo", explica.

Os apertamentos causam a compressão de áreas vascularizadas próximas aos ouvidos e os sinais enviados ao cérebro são interpretados como zumbido. Nestes casos, é essencial a atuação de um profissional das áreas de Ortodontia, Ortopedia Facial e Ortopedia Craniomandibular. "Para diagnosticar o problema, o paciente é orientado a fazer manobras que exercitam a musculatura da face, da cabeça e do pescoço. São cerca de nove movimentos, cada um é realizado durante cinco segundos para verificar se há alguma interferência no zumbido", esclarece.

Antes de chegar ao consultório de um ortodontista ou ortopedista facial especialista no diagnóstico e tratamento do zumbido, o paciente deve procurar um otorrinolaringologista. Este é o médico que irá descartar as causas mais comuns e fazer o encaminhamento para outras especialidades conforme o caso. "Mais de uma causa pode se manifestar em um mesmo indivíduo, por isso é fundamental investigar o caso de maneira minuciosa. O paciente deve ter paciência, pois o diagnóstico envolve diversas fases e pode ser um pouco demorado", acrescenta.

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