A perda de audição na terceira idade
O passar dos anos proporciona um acúmulo de experiências e
conhecimentos, e o ser humano passa por um processo
natural de envelhecimento físico: cada órgão é afetado de uma
maneira diferente, mas todo o corpo passa pelas mudanças ditadas pelo relógio
biológico. "A genética, o ambiente, a alimentação e as
emoções influenciam o envelhecimento, acelerando ou retardando este
processo. A audição é um dos sistemas que são alterados
neste", afirma a otorrinolaringologista e otoneurologista
Rita de Cássia.
A deficiência auditiva na terceira idade é
conhecida como Presbiacusia - A partir dos 50 anos, as células
auditivas começam a encerrar seu ciclo de vida e o
organismo não é capaz de repor as unidades celulares que morreram. “O
resultado é perda de audição progressiva que
ocorre de maneira lenta. Se estiver associado a outras
doenças ou hábitos que causam danos aos ouvidos, como a exposição
intensa a ruídos, o uso de fones de ouvido
ou de medicamentos tóxicos a audição, o quadro pode avançar
para surdez", explica a especialista.
O ouvido possui a parte externa, a média
e a interna. A externa é composta pelo pavilhão e
canal auditivo e pela membrana do tímpano. A abertura da
tuba auditiva, o martelo, a bigorna e o estribo ficam
localizados no ouvido médio. O labirinto, formado pela cóclea e aparelho
vestibular, é o ouvido interno. Os sons alcançam o tímpano e os ossículos que
transmitem as vibrações sonoras para as células auditivas da cóclea.
A partir da cóclea o som será transformado em impulsos
nervosos", esclarece Rita.
Os impulsos passam pelo nervo auditivo e são enviados até
o cérebro, responsável pela decodificação dos sinais e interpretação dos sons.
Quando os sons não são ouvidos perfeitamente,
há perda de audição, que pode ser classificada em leve, moderada
e severa: "Os sons abaixo da faixa dos 40 decibéis não são
detectados na perda leve e o indivíduo tem dificuldade para
compreender a fala de outras pessoas. No nível
moderado, a perda exige o
uso de aparelho auditivo, já que os ouvidos não são
capazes de ouvir sons abaixo de 70 decibéis",
ressalta.
Quando não é possível ouvir barulhos abaixo de 90
decibéis, a médica explica que a perda é severa e em
alguns casos o aparelho auditivo não é suficiente para compensar o
problema, sendo necessário o uso de linguagem
gestual. Na perda profunda, o ouvido não capta os sons
e a comunicação é feita por meio de leitura labial e
gestos. "Ter uma boa audição é fundamental
para a comunicação e para a segurança de uma
pessoa, já que os sons também servem como sinal de alerta contra
perigos. Os idosos com
deficiência auditiva tendem a se isolar
e a evitar participação na vida social", observa.
Os principais sintomas da Presbiacusia são dificuldades para
entender sons agudos - distinguir o "s" ou o "th" e o
"z", o "f" e o "v", o "t" e o
"d"-, maior facilidade para ouvir as vozes masculinas do que as
femininas e a presença do zumbido: "A principal
causa de zumbido é a perda de audição. Ao
tratar a deficiência auditiva é possível promover
qualidade de vida ao paciente, que além de ouvir melhor,
conseguirá perceber menos o zumbido. A realização de testes
auditivos ajuda a identificar o tipo e o grau da perda,
possibilitando o diagnóstico correto. O tratamento precoce é importante, pois
evita que a situação se agrave", finaliza a Dra.
Rita de Cássia.
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