Perda auditiva é uma das principais causas do zumbido

No último dia (01) aconteceu o Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GAPZ) do mês de julho, que teve como assunto as “Relações entre zumbido, intolerância a sons e perda auditiva” e foi ministrado pela fonoaudióloga Izabella Macedo. “A perda auditiva é uma das principais causas do zumbido e por isso a audição deve ser cuidadosamente avaliada. Nove em cada 10 pessoas com zumbido tem perda de audição”, destaca a profissional, mestre em Distúrbios da Comunicação e integrante da equipe interdisciplinar do GAPZ de Curitiba.
Existem vários tipos de deficiência auditiva, diferentes graus que vão desde o mais leve até o mais profundo e diversas causas, sendo que a idade avançada e a exposição intensa a ruídos são as mais comuns. “A surdez surge lentamente e o indivíduo não consegue perceber o problema. Já o zumbido aparece subitamente e chama a atenção do paciente. Por isso é fundamental buscar ajuda especializada para que o tratamento adequado seja indicado”, observa.
A hipersensibilidade auditiva também está relacionada com o zumbido, já que a lesão da cóclea – estrutura interna do ouvido – pode causar ambos os problemas. “Existem quatro tipos de hipersensibilidade – a hiperacusia, fonofobia, misofonia e recrutamento auditivo -, que diferem no tipo de sensibilidade e no tratamento. Somente a realização de exames específicos podem identificar o tipo de hipersensibilidade que acomete o paciente”, explica.
Segundo Macedo, quatro em cada 10 pessoas com zumbido reclamam de hipersensibilidade. As orientações para quem tem intolerância aos sons é evitar o silêncio e jamais utilizar tampões nos ouvidos. “O som deve estar sempre presente, pois as vias auditivas não podem ser destreinadas. E o tampão intensifica a sensibilidade ao forçar os ouvidos a amplificar o som que está abafado”, esclarece.
Orientação ajuda pacientes a lidar melhor com o zumbido
Rita de Cássia C. Guimarães, otorrinolaringologista, otoneurologista e coordenadora do GAPZ, enfatiza que muitas pessoas possuem uma concepção errada acerca do zumbido devido ao despreparo de uma grande parcela dos profissionais e das informações incorretas que são repassadas. “O zumbido de maneira alguma causa perda de audição. Ele é um sintoma que pode ser proveniente de uma ou mais fatores dentre um panorama com mais de 200 causas diferentes”, aponta.
Entre as principais atribuições do GAPZ estão desmistificar o zumbido, orientar a população e estimular os profissionais da saúde a trabalharem de forma adequada com o problema. “Eu quero parabenizar os profissionais do GAPZ, este trabalho social é muito importante. É a primeira vez que venho ao encontro e a troca de experiências entre os pacientes também é muito valiosa”, destaca Carlos Alberto Pimentel Gonçalvez, 51, que sofre a quatro meses com zumbido.
As reuniões acontecem sempre às 14 horas da primeira sexta-feira do mês, de março a dezembro, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. O grupo é formado por profissionais da otorrinolaringologia, fonoaudiologia, ortodontia, fisioterapia e psicologia.No mês de agosto o GAPZ será no dia 05 e a fisioterapeuta Vivian Pasqualin irá palestrar sobre “A atuação do fisioterapeuta nos pacientes com zumbido”. O evento é aberto ao público e a contribuição de um produto de higiene é bem-vinda.

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