Mães: atenção para a audição dos seus filhos

Ter a audição normal é um fator importante para o desenvolvimento adequado da fala e linguagem nas crianças. Alterações auditivas, mesmo que pequenas e transitórias, podem estar associadas a distúrbios da fala e do aprendizado – e é preciso muita atenção dos pais para que esse quadro seja tratado desde cedo.
Sendo um dos sentidos mais importantes para o desenvolvimento da criança, a audição começa a possuir um papel importante para os seres humanos desde o quinto mês de gestação, que é quando a criança começa a ouvir e perceber os sons do corpo da mãe, assim como a voz dela. “É por meio dessa experiência de audição que as crianças têm com esses sons na barriga da mãe que se inicia o desenvolvimento da linguagem, meses antes de nascer”, explica a otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, de Curitiba.
Sabendo dessa importância, foi criada – e sancionada – a lei que tornou obrigatória e gratuita a realização do Teste da Orelhinha, em 2010. O Teste, que é realizado já no segundo ou terceiro dia de vida do bebê, é indolor, não tem contra-indicações, é feito durante o sono do recém-nascido e dura em torno de dez minutos. “O exame é imprescindível para todos os bebês, principalmente àqueles que nascem com algum tipo de problema auditivo. Um recém-nascido que tem um diagnóstico e intervenção fonoaudiológica até os seis meses de idade pode desenvolver linguagem muito próxima a de uma criança ouvinte”, enfatiza Rita.
Uma criança com dificuldade auditiva pode acabar perdendo estímulos importantes para o seu desenvolvimento, a sua comunicação e socialização. “Os sons são essenciais na formação do indivíduo. Muitas enfermidades podem ser detectadas logo após o nascimento, mas quando não há este tipo de acompanhamento e a criança fica três, quatro anos sem o diagnóstico, pode ser tarde para começar os tratamentos”, alerta.
Quando a criança tem três ou quatro anos, o prejuízo no desenvolvimento emocional, cognitivo, social e de linguagem da criança já está comprometido. “É como uma bola de neve: a criança cresce e tem dificuldade em ouvir ou se expressar e, com isso, sente mais dificuldade em se socializar. Isolada por não ter fácil acesso ao grupo de colegas, ela pode apresentar depressão. E por aí vai”, comenta a médica.
Para que isso não aconteça, a médica aconselha que os pais procurem sempre um pediatra, um médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo quando houver alguma suspeita de perda auditiva no seu filho. “E realize todos os exames preventivos na fase até os seis meses de idade da criança, pois há muitas chances de recuperar a audição do bebê com êxito em praticamente 100% dos casos quando tratados precocemente”, conclui.

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