Habilidades Auditivas
Processamento auditivo é a capacidade
que o sistema nervoso tem de usar a informação que chega pela audição. Esse processamento
é relacionado diretamente com as habilidades auditivas adquiridas e
desenvolvidas desde o nascimento, como, por exemplo, localizar o som, focar a
atenção em um som e ignorar outros, memorizar sons sequenciais etc.
Algumas pessoas apresentam dificuldades
nessas “simples” habilidades, o que pode causar a desatenção, dificuldade de
concentração, de compreensão e de aprendizagem. “Esta dificuldade é chamada de
Transtorno de Processamento Auditivo”, explica a Dra. Rita de Cássia Cassou
Guimarães, Otorrinolaringologista e Otoneurologista de Curitiba, PR.
A Doutora exemplifica: “É como se o
cérebro fosse um rádio. O sinal existe, mas por algum motivo, existem ruídos,
interferências e a informação não consegue ser perfeitamente compreendida.
Nesse caso, o problema está no sistema nervoso central, em que o processamento
do estímulo sonoro não é feito corretamente e a decodificação é lenta”.
Existem muitos casos em que crianças
não tiram boas notas na escola e são caracterizadas como desatentas, agitadas ou
com falta de interesse. Por outro lado, alguns adultos também se queixam de
dificuldades no seu dia-a-dia profissional e o convívio com familiares e amigos
– como, por exemplo, problemas de memória, concentração, entendimento, etc.
“Quando acontece algum desses dois casos citados – que são apenas dois exemplos
de um universo muito grande - é possível que exista um Transtorno de
Processamento Auditivo em ambos os casos”, alerta a especialista.
"Todos escutam os mesmos sons.
Quem não tem o distúrbio, consegue prestar mais atenção no que interessa, já
quem possui o distúrbio, ouve um monte de barulhos e fica completamente
perdido. A sensação é de frustração, já que a pessoa se esforça para entender
e, simplesmente, não consegue. O que um aluno sem distúrbio faz em 15 minutos,
o com distúrbio leva três horas. No final, a nota ainda é ruim", ressalta.
Rita lembra que o Transtorno pode estar
presente em qualquer um – mesmo naqueles que não possuem perda auditiva, – mas
que existem tratamentos eficazes e essas dificuldades podem ser revertidas
quando tratadas adequadamente.
Deve ser agendada uma consulta com um
médico especialista se existir alguma queixa semelhante a dificuldade de
aprendizagem e/ou para ler e escrever; a troca de letras para falar, ler ou escrever;
problemas de memória; desatenção e/ou distração, cansaço rápido quando está
assistindo às aulas ou palestras; agitação e/ou inquietação; dificuldade para
ouvir e prestar atenção em ambientes ruidosos; parecer não ouvir/entender bem;
demora para escutar e/ou compreender o que foi dito; dificuldade para aprender
línguas estrangeiras; dificuldade em conversas com muitas pessoas ao mesmo
tempo; dificuldade para localizar de onde o som está vindo; dificuldade para
realizar uma sequência de tarefas que lhe foi solicitada. Essas várias
formas de apresentação podem retardar o diagnóstico e prejudicar o tratamento.
Quando existe a suspeita do distúrbio
do processamento auditivo, um otorrinolaringologista deve fazer um histórico
clínico detalhado, assim como solicitar todos os exames auditivos incluindo os
testes de processamento auditivo. “É por meio desse exame que será possível
identificar qual o tipo de alteração – o que definirá as habilidades que
deverão ser trabalhadas durante o tratamento”, explica Rita. As alterações têm
grande chance de serem revertidas com o treinamento adequado.
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