Labirinto e cerebelo trabalham juntos

Como esse “caracol”  ligado à audição e o cérebro conservam nosso equilíbrio
Para manter-se em equilíbrio, o corpo humano depende de dois órgãos essenciais, um está no nosso ouvido e o outro faz parte do cérebro. O labirinto é a região da orelha interna ligada ao equilíbrio, sensação de movimento e percepção da posição do corpo. 
O ouvido interno ou labirinto é composto por um tecido ósseo e outro membranoso, e abriga um líquido (endolinfa) e células que detectam movimento. O labirinto trabalha em conjunto com os olhos e sensores dos músculos e articulações para manter o equilíbrio estático e dinâmico  do nosso corpo.
Já o cerebelo, também chamado de “pequeno cérebro” é um órgão do sistema nervoso que coordena o equilíbrio e regula os movimentos e o tônus muscular. 
O equilíbrio e a postura corporal dependem das mensagens elétricas enviadas pelo labirinto e analisadas pelo cerebelo para gerar uma resposta para cada movimento do corpo assim como para manter uma postura estática. 
A Dra. Rita Guimarães explica que o sucesso de um equilibrista que cruza dois prédios, apoiado em um simples fio esticado entre eles, depende de perfeitas conexões entre o labirinto e o cerebelo, por exemplo.
É preciso ficar atento aos distúrbios nessas duas regiões. A perda da função de um dos labirintos provoca tontura severa, náuseas, vômitos e o cerebelo recalibra os impulsos para compensar a diferença de informações entre os ouvidos internos. 
As doenças cerebelares afetam o equilíbrio do corpo parado e em movimento. Dificuldade de ficar em pé, alterações na marcha como alargamento da base dos pés, lentidão no caminhar e incoordenação dos movimentos.
Nosso desequilíbrio corporal pode ocorrer por apresentar alterações funcionais labirínticas vasculares, metabólicas, doença de Ménière, vertigem posicional  entre outras. 
Os distúrbios cerebelares possuem inúmeras causas. Degenerativas como a doença de Parkinson, ataxias hereditárias, intoxicações medicamentosas, tumores e quadros vasculares. 
A avaliação do paciente com sintoma de vertigem aguda é fundamental para diferenciar uma crise labiríntica de um acidente vascular cerebelar. O exame clínico Otoneurológico permite este diagnóstico na sala de emergência mesmo antes dos exames de tomografia ou ressonância do crânio. 
Por isso a importância de procurar a unidade de emergência em caso de tontura aguda. 
As tonturas decorrentes das doencas labirínticas e cerebelares, uma vez diagnosticadas permitem tratamentos específicos. O prognóstico é excelente para as doenças do labirinto e de acordo com a causa do problema cerebelares é bastante favorável em especial com a reabilitação do equilíbrio corporal.
O médico otorrinolaringologista que atua na área otoneurológica está preparado para avaliar e tratar esses pacientes. 
A Dra. Rita Guimarães explica como lesões cerebelares ou no labirinto podem levar principalmente a prejuízos motores. “No labirinto, elas podem ser causadas por vírus, bactérias e fatores externos. Já no cerebelo existem lesões sérias, chamadas de ataxia. A Ataxia pode ser provocada pelo alcoolismo, apresentando sintomas como descoordenação motora, da fala e perda de equilíbrio.” Por isso, na aparição de qualquer sintoma, é importante realizar consulta para agendamento de exames com um otorrinolaringologista ou otoneurologista.  

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