Otosclerose: uma causa pouco conhecida


Aumentar o volume da televisão, encontrar dificuldade para ouvir conversas ou começar a ouvir zumbidos: estes podem ser alguns dos primeiros sinais de que têm algo de errado com sua audição.

É estimado que cerca de 300 milhões de pessoas sofrem de alguma perda auditiva, e uma das principais razões é o descaso nos primeiros indícios do problema - dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia apontam que as pessoas demoram cerca de sete anos para procurar um especialista após perceber algum dano à audição – e, como se não bastasse, ainda demoram mais dois anos para escolher um tratamento. Tal descuido pode levar à surdez precoce.

Dentre as várias causas que acarretam a perda auditiva, uma das menos conhecidas é a Otosclerose. “Essa é uma causa comum de surdez hereditária. Isso significa que se alguém na sua família já teve este problema, você e seus descendentes também estão propensos a tê-lo”, explica a Otorrinolaringologista e Otoneurologista, Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães.

Segundo a especialista, a doença faz com que ocorram alterações no estribo (osso localizado dentro do ouvido) ou até mesmo em algumas regiões da cóclea. Sendo mais comum em mulheres do que em homens, assim como mais rara em pessoas de pele negra, a Otosclerose normalmente aparece na faixa etária entre 20 e 30 anos, e se torna mais séria quando atinge mulheres que passam pelo momento da gravidez. “Em 70% dos casos a Otosclerose afeta um só ouvido, e, para algumas pessoas, ela pode vir acompanhada de zumbido”, explica Rita. A especialista completa, dizendo que esse mal faz com que a surdez seja progressiva, ou seja, piora com o tempo.

Nos casos em que a doença afeta o estribo, já existe uma solução encontrada pela medicina: uma cirurgia que consiste na retirada do deste e a implantação de uma prótese. “A operação pode ser feita em pacientes de qualquer idade e o risco de complicação é de menos de 1%. Porém, é preciso a indicação do médico e uma avaliação completa do histórico do paciente, assim como exames complementares”, explica Rita.

Ainda assim, existem pacientes que preferem usar o aparelho auditivo ou, em casos extremos, nos quais nem mesmo a cirurgia pode recuperar a audição e os aparelhos auditivos não são efetivos o paciente pode ser candidato ao implante coclear. “A tendência é que você perceba uma pequena alteração da audição, já que uma prótese nunca substituirá um osso. Mas, com treinamento auditivo a chance de recuperar pelo menos uma parte da audição é alta”, conclui Rita.

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