Diferenças entre a perda auditiva e deficiente auditivo


Do mesmo modo que a maioria das pessoas que usam óculos não são cegas, pessoas que portam algum tipo de perda auditiva também não são necessariamente surdas. Por isso, é importante entender a diferença entre uma e outra condição.
Em rodas de amigos e familiares, é comum ouvir o termo surdez de forma equívoca. Quando não se ouve alguma palavra muito bem e é necessário a repetição dela mais de uma vez, nas brincadeiras acabam surgindo pessoas que falam “Você está surda?” de modo brincalhão. Todavia, agora fora das brincadeiras, no mundo real é comum não entender a diferença entre perdas auditivas e deficiente auditivo.
Para entender a diferença entre cada uma das situações, é importante frisar que cada caso depende da gravidade da condição. Ou seja, existem casos mais graves que outros que podem variar de acordo com as condiçõe pré-existentes de cada paciente, como hipertensão, diabetes, idade, sexo, entre outros.
 
Perda auditiva
A perda auditiva pode ser classificada em alguns tipos de acordo com a gravidade de cada caso, são eles:
Leve: Dificuldade de ouvir de 26 a 40 dB. Ocorre a diminuição da percepção das frequências quando se tem muito barulho. Ou seja, tem dificuldade em manter diálogo nessas situações.
Moderada: Perda auditiva em 41 e 56 dB: Dificuldade de ouvir e falar quando há ruído de fundo.
Moderada a severa: Perda entre 56 e 70 dB: Dificuldade de manter diálogo em grupo e necessita de falas em tom alto.
Severa: Perde entre 70 a 90 dB: Só ouve e fala em tom muito alto. Pode utilizar a leitura labial para melhor se comunicar.
A partir de 90 dB ou mais, a perda auditiva é completa. Ou seja, a pessoa deve aderir a Língua Brasileira de Sinais para poder se comunicar.
Deficiente auditivo
Agora que já classificamos as perdas, podemos definir quem é ou não considerado deficiente auditivo.
Segundo a Lei 13.146/2015, uma “pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.” Ou seja, nesse caso, pessoas que têm dificuldade de ouvir a partir de 41dB ou mais, podem ser consideradas deficientes auditivos.
Ainda, a partir disso, podemos definir que clinicamente, nem todo deficiente auditivo é surdo, mas todo surdo é deficiente auditivo.
Fique atento aos termos, use-os corretamente e evite confusões. Não só culturalmente, classificar da maneira as pessoas portadoras dessa condição é importante para o momento de se candidatar às vagas de emprego, de universidades e outras também.

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